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Dr. Luis Russo do CCBR Rio de Janeiro e Dr Norton Sayeg  Médico Pesquisador, Especialista em Geriatria e Gerontologia, e fundador da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) se reuniu com a senadora Ana Amélia Lemos do Rio Grande do Sul, para estudar uma emenda para autorização da clínica para novos estudos.

O problema todo é o atraso na liberação dos estudos, que faz com que os grandes laboratórios não tragam estudos novos no Brasil. Um estudo em países desenvolvidos leva até 3 meses para ser liberado e aqui no Brasil cerca de 1 ano e meio.

Talvez você nem saiba o que é pesquisa clínica, mas pode ter certeza que direta ou indiretamente, já foi beneficiado por ela.

Cada medicamento que vai para a prateleira da farmácia foi fruto de uma pesquisa clínica, onde são envolvidos anos de trabalho e dedicação de muitos profissionais e, dessa maneira, além de gerar muitos empregos contribuiu para a melhoria da qualidade de vida de todos.

Tudo seria perfeito, afinal, no Brasil, onde o sistema de saúde é falho e milhares de pessoas morrem na fila esperando por tratamento, a pesquisa clínica ajudaria a tapar o buraco da nossa incompetência na saúde. Porém, o Brasil é pentacampeão em incoerências. Uma delas é a dificuldade que temos para conduzir um estudo clínico multinacional em nosso país.

Como sempre na teoria é o plano perfeito (aliás nosso país na teoria e no marketing é perfeito) para aprovar um estudo clínico de um novo medicamento de uma indústria estrangeira no Brasil é preciso uma aprovação ética da CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) e uma aprovação técnica da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Perfeito, todos os países desenvolvidos seguem mais ou menos este plano.

O problema é que a CONEP (braço do Conselho Nacional de Saúde) é uma comissão de voluntários (isso mesmo, voluntários… voluntários indicados que usufruem do poder desta comissão) sentados em cima de uma ideologia impossível e unilateral para avaliar nossos estudos. O que acaba por acontecer é que a aprovação de um estudo clínico se converte em uma arena de luta: indústria farmacêutica X CONEP, onde a definição do valor legítimo das coisas é unilateral e ficamos reféns de uma relação de forças sempre passível de subversão. A ética aqui tornou-se uma questão de poder. A CONEP tem seu poder e está usando dele para dar fim  as pesquisas clínicas no Brasil.  O que resulta em menos pacientes tendo acesso a novos tratamentos, principalmente pacientes com doenças graves e crônicas, cujos tratamentos ainda são limitados e ainda não possuem grandes avanços. Um estudo clínico no Brasil demora (em média) 15 meses para ser aprovado pela CONEP. IPor isso a maioria dos grandes laboratórios farmacêuticos estão relutantes em trazer seus estudos para nós. O Braisl teria muito a oferecer para os dados em pesquisa, visto que somos multietnicos e temos uma grande variação genética, de costumes e hábitos , o que seria enriquecedor para a comunidade científica. Um medicamento testado na China, India ou no leste europeu, poderia não fazer o mesmo efeito em um país multiracial.

Além disso, os estudos passam, também, por um comitê de ética local, onde cada centro de pesquisa, tem que enviar novamente o projeto.. (mais avaliações…), que muitas vezes pode gerar um atraso de mais 2 meses.

A ANVISA, é uma caso à parte. Um órgão tão imporante, cuja a alegação do atraso é a falta de funcionários… Um estudo pode morar 1 ano para ser registrado.

Segue um exemplo da incoerência brasileira: lembram do José de Alencar, Vice-Presidente do governo Lula? Quando ele teve câncer, que do ponto de vista dos médicos brasileiros não tinha mais cura, o que ele fez? Foi participar de um estudo clínico nos EUA. Provavelmente um estudo que poderia ter acontecido no Brasil, mas não aconteceu, pois provavelmente estava parado na pilha de documentos esquecidos na CONEP e na Anvisa.
Muitos outros famosos recorreram a tratamentos complementares: Steve Jobs, Patrick Swayze, entre outros.

Recentemente, um estudo muito importante para a cura do Alzheimer não chegou em nosso país, porque houve uma demora de 6 meses para incluir os novos centros de pesquisa.

Um outro fato surreal foi que demoraram dois meses para incluir no sistema da Anvisa um centro de pesquisas para iniciar um estudo, essa inclusão é apenas o nome do centro e deu médico investigador…

Que a imprensa divulgue estas informações de uma forma simples. Mostrando o quanto é difícil colocar em prática coisas de primeiro mundo num país de terceiro mundo como o Brasil. Quantos empregos vamos perder, quantos pacientes vão morrer, quantos centros de pesquisa irão fechar? Até que deixemos de ser um país de amadores na ciência e campeões da incoerência.

Fonte: The São Paulo Times

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