Pesquisadores, médicos, pacientes e indústria farmacêutica criaram uma associação - a Aliança Pesquisa Clínica Brasil - para pressionar o governo no sentido de acelerar a análise de projetos de pesquisa clínica com pessoas. Enquanto os Estados Unidos demoram cerca de 2 meses para aprovar uma pesquisa, o Brasil leva até 15 meses, segundo o grupo.
Um dos coordenadores da Aliança, Eduardo Motti, afirma que uma das principais reivindicações é acabar com a necessidade de análise do projeto pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Segundo ele, os projetos já são avaliados por comissões de ética em cada hospital onde a pesquisa vai se realizar. Eduardo afirma que este é o procedimento em vários países:
"Porque a maioria dos estudos que nós estamos perdendo são estudos internacionais, estudos que são realizados ao mesmo tempo em vários países do mundo. E com isso, países que têm uma aprovação destes estudos mais rápida - e mais rápida não significa mais fácil e menos rigorosa, simplesmente mais eficiente - estes estudos começam antes em outros países e podem terminar antes que o Brasil possa aprová-los para que os pacientes comecem a receber os tratamentos dentro destes projetos de pesquisa"
Em 2013, somente um grupo pequeno de 18 empresas deixou de participar de 112 estudos de novos medicamentos em função da demora na aprovação das pesquisas.
A deputada Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo, afirma que já recebeu muitas reclamações sobre o assunto:
"Os projetos demoram tanto tempo para serem aprovados em comissão de ética e no geral que muitas vezes perdem o timing da proposta e eles têm feito muita reclamação sobre isso"
Além da iniciativa da Aliança Pesquisa Clínica Brasil; a Anvisa anunciou, após uma audiência no Senado, que deve apresentar propostas de mudanças nos procedimentos atuais até meados de junho. Na audiência, o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, afirmou que é necessário adotar todas as precauções para que os direitos e a segurança dos voluntários em pesquisa sejam garantidos.